Um documentário em série que conta a história de um redneck americano que foi condenado à prisão duas vezes injustamente. Captura de tela 2016-08-21 às 11.25.48Acabei de assistir os dez episódios da primeira temporada de Making a Murderer, um documentário que expõe as falhas graves do sistema judiciário americano. Steven Avery fica 18 anos preso, acusado de estupro, até que o avanço da tecnologia forense prova sua inocência através do teste de DNA. Ele sai da cadeia e retoma sua dignidade perante à sociedade, recebe prêmios, cria-se uma lei feita em sua homenagem, casa-se novamente e entra com um processo contra o Estado. É a partir desse ponto que ele mergulha em um inferno ainda maior.

A incompetência de um juiz, a preguiça de um júri, má-conduta de policiais e detetives, abuso de poder, implantação de provas falsas, sugestionamento de um adolescente com retardo mental, mesmo a lacuna de provas concretas preenchidas pelo discurso apelativo de um promotor conseguem a condenação com pena de prisão perpétua de Avery.

A vida de Steven é uma narrativa kafkaniana que mostra o poder monstruoso do Estado sobre as nossas vidas. Todos somos impotentes perante autoridades cruéis ou relápsas. É assustador e angustiante.

Olhando pelo lado moral no âmbito pessoal, o documentário mostra a importância da busca da verdade e como as falhas no cumprimento desse dever podem trazer danos irreparáveis e permanentes. Certezas sem provas, julgamentos sem embasamento, o deixar-se levar pelas emoções no lugar da razão podem destruir não só reputações, mas vidas inteiras.

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