perguntar ofende

A reação agressiva ao questionamento sobre o a visão de alguém sobre alguma coisa, para mim, só é prova de que essa pessoa tem medo de ouvir algo que a desagrade ou vergonha de pensar e ter que mudar de opinião porque pensou. Quaisquer dos casos, triste.

Sempre que discuto certos assuntos essas pessoas tendem a se afastar e pedir respeito. Mas desde quando questionar é desrespeitar? Questionar é evoluir, é procurar uma resposta. Ficar calado não é respeitar, é se reprimir. Você pode não querer discutir, mas isso não quer dizer que quem queira seja desrespeitoso. Desrespeito é tentar calar alguém ou fazer essa pessoa mudar à força. Disrespeito é eu pensar A e botar fogo no seu carro porque você pensa B.

Pessoas religosas sempre se fecham usando a barreira da ofensa. Elas logo se retiram e gritam dizendo que estão sendo desrespeitadas. E não é exatamente o que a religião faz? Faz pessoas surdas. Não querem ouvir, são muros intransponíveis.

Não querer ouvir não te dá o direito do outro não poder falar. Mas nunca vou entender a resposta agressiva e reclusão de religiosos em discussões. Se você está tão certo do que pensa, não deveria ter medo de discutí-lo. E se você prega o “amor de Jesus Cristo”, não deveria ser mais gentil e menos intolerante? 

As pessoas há muito perderam a noção do que é respeitar e o que é desrespeitar. Exercer seu direito de resposta e expressão não é desrespeitar, assim como calar a boca não é respeitar, é simplesmente se anular.

gangorra

As pessoas sempre me ajudaram a me distrair de mim mesma. Mas o inverso nunca acontecia. Eu nunca me ajudei a me distrair das pessoas. Por isso nossa relação nunca deu certo – eu e pessoas. Era via de mão única. E todos sabem que esse tipo de relação não dá certo.

 

Um lado vai para baixo para erguer o outro, mas que de tão leve e nas nuvens não desce para que o outro se erga um pouco e descanse as pernas. Então esse um fica eternamente embaixo, olhando para cima, enquanto o de cima olha para copa das árvores, para os pássaros, quase se esquece do que do que está embaixo. Mas quando finalmente olha para ele o vê pequenininho lá embaixo, agachado, curvado.. uma criaturazinha medíocre qualquer. Ele esquece que foi sua força para baixo que o elevou até lá em cima. Com o tempo os músculos atrofiados não conseguem dar impulso e jogar o que está embaixo para cima, e o que está em cima para baixo.

Brincar de gangorra sem balanço não tem a mínima graça.

 

Dizem que a gente deve se arrepender do que a gente não fez, não do que a gente fez. Mas isso é uma coisa que eu não sei se fiz ou deixei de fazer” (All Good Things)

 

Ainda não sei se você foi algo que fiz ou que não fiz. Por isso não sei se me arrependo. Por isso eu não sei.

 

As coisas deveriam ter princípio, meio e fim. Assim como não consigo entender o eterno, não consigo entender algo que o fim chega na metade do princípio, anulando qualquer possibilidade do meio. É a mesma frustração de assistir uma palestra de física quântica quando ainda se estuda cabeças de meia-calça com cabelo de capim. Fora da sua compreensão, completamente inútil. Frustrante.

 

A culpa é minha. O tropeço não acontece porque o buraco estava lá, o tropeço acontece porque o buraco estava lá mas você não viu.